ANJO NEGRO...
Uma sombra, um vulto, um alguém,
Não tem família, não tem amor, não tem ninguém.
É um ser de cor, raça sofrida e desprezada,
Uma criança, um anjo, no deserto da calçada.
Os gritos que a alma reprime
É a faca que fere e seu coração oprime
Sua cama é um jornal, seu teto é o céu,
E um Anjo Negro que vive assim ao léu.
Os olhos tristes e a roupa esfarrapada
É uma imagem sofrida da sua vida na calçada
A fome que o mata e os perigos da noite
O desprezo dos passantes é para alma um açoite
Daquele Anjo negro que pela sua cor
Foi lançado nas ruas para conhecer a dor.
Andando uma vez numa noite enluarada
Avista uma casa linda, um conto de fadas.
A esperança lhe parece sorrir em forma de rosa
Vermelho-rubra viva como moça formosa
Ajoelhando-se pede a Deus que lá de cima a vida vela
Que o leve a um lugar onde a vida é mais bela.
De repente um tiroteio o tira da meditação
Sente rasgando o peito, uma dor no coração
Morre sorrindo, trespassa esse negro véu
E o Anjo Negro lindo, voando, entra no céu
Jéssica Tavares.
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